Christian David Soares Bitencourt

BARTH, Karl. Dádiva e Louvor: Artigos selecionados. Sinodal: São Leopoldo, 1986. 432p.
I

Dádiva e Louvor não é o melhor retrato da teologia de Karl Barth. Ao contrário, a maioria dos artigos registrados ali são de caráter ético, sem a profundidade dogmática que carateriza o autor de Carta aos Romanos e da monumental Dogmática Eclesiástica. Porém, três traços do pensamento barthiano são facilmente reconhecidos.

O primeiro é a argumentação em discurso dialético. Barth reconhece neste sistema a melhor forma de expressar as realidades divinas. Afinal de contas, a própria necessidade de se falar de Deus já está em confronto com a impossibilidade desta tarefa (vide Dificuldade e Promessa da Proclamação Cristã).

O conceito do Deus totalmente outro e da realidade divina totalmente outra é fruto deste pensar dialético. O não de Deus cala com veemência o sim do homem. Deus é completamente distante do homem, por isso a revelação se reveste de capital importância: é nela que a proximidade se resgata (em Jesus Cristo).

Outro traço característico é a necessidade existencial da decisão. Esta herança de Kierkegaard se reveste de grande força em Barth. O homem não fica imune ao mandamento de Deus, à lei de Deus, ao próprio Deus. Ele é compungido a decidir-se, a dar um sim ou um não, ou mesmo os dois – na síntese da relação homem-Deus.
Por fim, percebe-se nos artigos abaixo resenhados um compromisso com a tradição teológica reformada. O princípio da soberania de Deus norteia toda a obra. Tudo acontece e existe com a finalidade de glorificar a majestade de Deus, e é nessa glorificação que ganham sentido temas como a obediência ao Estado (vide Justificação e Direito) ou a dupla predestinação (vide A Eleição de Deus em graça).

É assim que deve ser lido Karl Barth. Com a profunda convicção de que o homem, e sua trajetória inconstante aqui na terra, não é um fim em si mesmo, mas um apontar para a glória de Deus. E só a Ele a glória é devida.
Soli Deo Gloria.

II
Em O Cristão na Sociedade já se vê claramente o princípio dialético de argumentação de Karl Barth. Analisando a atuação do cristão no mundo e a posição que deve assumir, Barth é interpelado a respeito da ética desse cristianismo. Para isto deve-se estar claro que a atuação do homem, na verdade, é atuação do homem em decorrência da atuação de Deus. Seguindo os princípios da tradição reformada, Barth apresenta o homem como parte do “movimento da história de Deus” (p. 24) e é a partir do fato de que “somos movidos por Deus” (p. 31) é que devemos descobrir as reações do homem.

Dois princípios regem o cristão em sua atuação na sociedade: a criação e a redenção. Ele diz um sim ao mundo quando adora ao Deus Criador. É necessário que se reconheça o mundo como fruto da vontade divina, e a situação social onde vivemos como “uma ordem de criação com a qual nós temos que nos acertar” (p. 32). Dar a contribuição ao desenvolvimento das estruturas sociais vigentes é parte da atuação cristã. Mas, ao mesmo tempo, o cristão é convocado a dizer um não ao mundo. O fato de que o “sim à vida já traz dentro de si o não divino” (p. 38) implica que deve-se clamar também pelo Deus Redentor do mundo que foge à idéia da criação por causa do pecado. Assim, como o não é muito mais claro para o homem que o sim, também a reação à ordem natural é muito mais forte. O Reino de Deus se apresenta de forma crítica ao mundo exatamente por sua total alteridade (p. 44). O jogo dialético de Barth o impede de fechar questão sobre qual grito é decisivo, o sim ou o não, mas o remete à linha que desenvolve em todo o artigo: a atuação do cristão é necessariamente “seguir atentamente à atuação de Deus” (p. 46).

Uma reflexão pastoral a respeito da atividade da pregação é o que se encontra em Dificuldade e Promessa da Proclamação Cristã. A impossibilidade de se responder à pergunta última e radical do ser humano e a premente necessidade de respondê-la é o grande paradoxo (tão afeito a Barth) que se afigura ao pregador (p. 50). A centralidade da Palavra na tradição reformada é fruto da percepção de que o ritualismo exacerbado dos sacramentos no catolicismo são fugas da responsabilidade de se responder à pergunta por Deus (p. 53).

Quando se entende que a tarefa da proclamação é também reflexo de nossa incapacidade de proclamar, derruba-se por terra qualquer triunfalismo. Para Barth, “a fala convincente acerca de Deus somente existe ali onde a própria proclamação cristã se encontra em meio à dificuldade, sob a cruz” (p. 62). Esta teologia a partir da cruz soma-se com uma força tremenda aos nossos esforços contemporâneos contra as teologias da prosperidade que afirmam ter o poder de trazer Deus às pessoas - não o Deus Senhor da história, mas um Deus servo do homem.

A grande tensão entre a necessidade de se falar de Deus e a sua impossibilidade, discutida no artigo anterior, é tema também de A Palavra de Deus como Encargo da Teologia. A dialética dos dois momentos é clara: primeiro, todos esperam do teólogo que ele fale de Deus. Mais do que simplesmente dar resposta à pergunta por Deus, a tarefa do teólogo reveste-se da importância de atender a uma necessidade “na qual o ser humano enquanto ser humano se encontra” (p. 74). E segundo, mesmo que tente, através dos métodos crítico, dogmático e dialético, o teólogo não pode executar sua tarefa pela distância infinita de Deus, por sua fraqueza profunda e incapacidade (p. 81).

Então, o que fazer? Para Barth, o teólogo deve encarar sua tarefa como uma pergunta constante, entender que “de Deus somente o próprio Deus pode falar” (p. 82). Assim a própria fraqueza do teólogo será testemunho da grandeza e alteridade de Deus.
Mais uma vez Barth envereda na sanha dialética em O Problema da Ética na Atualidade. Sua ânsia por confrontar o sim de Deus e o não do homem, a total ação de Deus e a total reação do homem, acaba por tornar impossível dar a resposta ao “Que devemos fazer” (p. 86) ético. Analisa-se, antes de mais nada, o problema ético como último e radical na existência humana – o que o torna “atemporal” e explica a má vontade barthiana em falar de uma ética para os dias de hoje. Este problema aponta “para além de tudo que é meramente humano” (p. 91), o que acaba por anular o esforço de um comportamento ético perfeito determinado pela ação humana – isto é o que verifica-se já na percepção de Kant a respeito da ausência de “um querer e agir determinado exclusivamente pelo respeito perante a lei” (p. 94). E é neste momento que se encontra a brilhante insistência de Barth: no juízo que o problema ético lança sobre o homem, surge a justificação; no não do homem, surge, grandioso, o sim de Deus; dentro do juízo transparece “aquilo que está acima do juízo: o amor de Deus” (p. 101).

Toda a argumentação da dialética de Karl Barth tem um objetivo: salientar, na melhor das tradições reformadas, a total e suprema soberania de Deus. A sensação de incapacidade e inutilidade a que se chega depois de tantas mirabolantes sínteses entre teses divinas e antíteses humanas é exatamente o objetivo da teologia barthiana: fazer perceber a impossibilidade de se falar sobre Deus, a não ser que Ele fale – por isso a revelação (ação de Deus em direção ao homem) terá radical importância em seu pensamento).

A mesma discussão ética anterior se vê em Cumprir os Mandamentos. Desdobrando a ordem em duas partes, Barth discute a direção e o fundamento desta. A direção é o homem enquanto indivíduo, é a este que se dirige o mandamento. E o fundamento deste mandamento é o Deus que manda. É exatamente por isso que o contato com o mandamento exige decisão da parte do homem. Como esta decisão sempre vai em direção do próprio homem e nunca em direção a Deus, o mandamento aponta para a incapacidade humana de obedecê-lo. Nisto se revela a graça de Deus, pois aí reside a possibilidade de justificação: “antes de elegermos o errado, (...) nós estávamos eleitos” (p. 120).

Mesmo reconhecendo a distância de conceitos entre um postulado científico, que é verdade generalizada, e um postulado teológico que “é a palavra que Deus dirige aos seus, aos seus eleitos e vocacionados” (p. 132, grifo nosso), Barth ousa falar em O Primeiro Mandamento como Axioma Teológico. O breve artigo é uma crítica radical aos que fazem repousar a autoridade teológica em algo que não seja o próprio Deus. Teólogos que fazem do método o centro de sua teologia, perderam de vista o axioma fundamental: tem outros deuses. Assim, a consciência religiosa para Schleiermacher, o ethos cultural para Ritschl, a história da religião para Troeltsch (p. 134) ou a existência para Bultmann (p. 137) são exemplos de pretensos “aios” para a revelação. Para Barth, ao criar-se “pedagogos” exteriores à revelação, toma-se o caminho inverso à Reforma, de volta para Roma (p. 138).

Existência Teológica Hoje é um artigo muito específico. Trata-se de uma resposta à intervenção do Estado hitlerista dentro da estrutura eclesiástica (p. 144). Qualquer mudança ou reforma na Igreja, para Barth, não deve ser fruto de decisões externas à Palavra de Deus. É esta quem dá as diretrizes para as mudanças eclesiásticas, e por isso a Reforma de Lutero e Calvino foi reconhecida pela Igreja (p. 151). Não há Igreja sem preservação da liberdade, e esta liberdade é “a soberania da palavra de Deus na proclamação e na teologia” (p. 163).

Em Reforma é Decisão, Karl Barth discute o porquê do fascínio exercido pela Reforma em toda Europa protestante (particularmente, é claro, nos religiosos). A grande importância não está simplesmente na mensagem dos reformadores em busca de uma doutrina pura, afinal de contas, esta doutrina pura já era conhecida da Igreja – seja no testemunho bíblico seja nas formulações patrísticas (p. 169). O que homens como Lutero e Calvino tiveram como diferencial foi o caráter profético e apostólico de seu movimento (p. 170). Neste momento o existencialismo particular de Karl Barth dá o ar de sua graça (como já havia acontecido nos outros artigos com as constantes citações a Kierkegaard): o que caracteriza esta atitude profético-apostólica é a tomada de decisão, é o condicionamento de suas atitudes a um ideal, a um posicionamento, a um sim ou não.

Barth aplica este conceito de decisão às doutrinas da revelação exclusiva da Bíblia, do pecado original, da justificação e da predestinação (que é o único caminho lógico para quem segue o caminho da decisão pela fé por obra da graça, p. 174). A atitude da Igreja hoje deve ser um reflexo da Igreja da Reforma. “A Reforma como decisão perguntará então a igreja evangélica de hoje por sua decisão” (p. 179): isto é o que dá força e base para um posicionamento de resistência a modelos e estruturas contrárias à Palavra.
Karl Barth se utiliza de uma metáfora interessante em Revelação, Igreja, Teologia. Deus é o exército em supremacia que toma a iniciativa da batalha e faz com que todos os passos sejam tomados (pp. 181, 182). O tema da revelação é muito caro a Barth, pois caracteriza a total incapacidade de se conhecer a Deus: Ele é quem decide revelar-Se. Esta “revelação é o próprio Deus” (p. 184), é a natureza própria de Deus que revela-Se em Jesus Cristo. Por isso, o teólogo da Basiléia não está preocupado com a discussão entre a ortodoxia e o liberalismo sobre a Bíblia ser ou não a Palavra de Deus: a Palavra é o próprio Deus, em Jesus Cristo, e a autoridade da Bíblia está pautada exatamente em ser testemunho desta Revelação.

A Igreja e a teologia nascem como extensão necessária à revelação. “Igreja existe ali onde a pessoa humana presta ouvidos a Deus” (p. 189), portanto não é ela portadora de autoridade e, sim, obediência completa à autoridade da revelação. E a tarefa da teologia é mostrar “que a vida e a atuação da Igreja devem estar sob o evangelho e sob a lei” (p. 197). Ao contrário do que muito se fala, Barth tem em grande conta a Escritura: é nela que temos acesso à revelação de Deus, nela temos acesso a Jesus Cristo, e por isso a teologia é sua serva.

Em A Igreja e as Igrejas, Barth trata da questão ecumênica. Ao analisar-se a perspectiva neotestamentária da Igreja, nota-se a ausência da discussão a respeito da unidade orgânica. Isto porque “o Novo Testamento conhece uma pluralidade de comunidades, uma pluralidade de dons e uma pluralidade de pessoas dentro da igreja una” (p. 204). A Igreja é una porque é comunidade do único Senhor. Mas há um conflito claro entre esta abordagem do Novo Testamento e a realidade da pluralidade de Igrejas. Para Barth esta realidade é fruto do pecado humano. O teólogo suíço ainda vai de encontro à justificativa de que esta pluralidade é característica da Igreja visível em contraposição à invisível. Segundo ele, este argumento é inválido, pois o Novo Testamento não faz essa distinção (p. 206).

A proposta de Barth deve ser entendida dentro de sua argumentação dialética: a Igreja não consegue chegar à unidade, mas deve buscá-la. Porém esta unidade deve ser total. Nisto surge uma crítica aos movimentos ecumênicos de sua época (e de hoje também, pois a filosofia, na maioria dos casos, continua a mesma): “a unificação das igrejas é algo por demais imenso para se constituir no resultado de um movimento” (p. 211). Se não há unidade na confissão da fé, não há unidade na Igreja.

Uma aplicação nova e interessante é feita por Barth em Evangelho e Lei. Consciente das discussões que o tema levanta (inclusive relacionadas ao binômio graça-obras), Karl Barth conclui que profundo erro é fazer distinção qualitativa entre os dois, evangelho e lei, substância e forma. A lei se encontra presente no evangelho (p. 223), é em Cristo que toma sentido.

A lei exige decisão da parte do homem, pois confronta-o com o mandamento do Senhor. E esta confrontação somente revela a incapacidade do homem em obedecer este mandamento. É neste sentido que deve-se entender Paulo em sua interpretação da lei como reveladora do pecado. O grande milagre do evangelho não está em produzir no homem uma justiça capaz de obedecer à lei, mas, sim, em justificá-lo apesar de sua desobediência. Por isso o pecado não se caracteriza primariamente pelo não cumprimento da lei , antes pela tentativa humana de auto-justificar-se. “Quando (...) procura estabelecer sua própria justiça ao ser confrontado com a exigência de Deus” (p. 227), o homem tem a pretensão de fazer-se superior ao evangelho. Esta concepção de Barth é uma crítica profunda a todo pensamento e prática semipelagianos, verificados no catolicismo, no arminianismo e nos movimentos de linha pietista.

Talvez o artigo mais interessante de toda a obra, A Eleição de Deus em Graça é um estudo a respeito da doutrina da predestinação. O grande erro, de acordo com Barth, cometido pelos teólogos ao analisar o assunto tem sido tratá-lo como “uma tese independente” (p. 238). A doutrina da predestinação é um caminho, e não um fim em si mesmo. Ela tem por objetivo tornar clara a salvação exclusivamente pela graça de Deus.
Por causa do excesso de antropocentrismo, a predestinação é uma doutrina dura de ser entendida, e não pode ser apreendida a partir de processos empíricos (p. 242). Ela só pode ser apreendida como verdade por causa da força da revelação. Porém, para Barth, sofrem do mesmo mal antropocêntrico aqueles que imprimem uma lógica excessivamente humana ao problema. Com um fim de se criar uma harmonia lógica, a tradição teológica acabou por criar um perfeito equilíbrio entre eleição e rejeição: a dupla predestinação (p. 246). É no confronto com este entendimento tradicional da teologia reformada, que Barth apresenta a revisão da doutrina calvinista: “Jesus Cristo na cruz é, afinal, o eleito de Deus” (p. 248), Cristo recebe o não de Deus na morte e o sim na ressurreição. A dupla predestinação só pode ser entendida como eleição em Jesus Cristo.

Um tanto quanto complicado é entender a aplicação que Karl Barth faz desta reviravolta. Por vezes parece que o universalismo é a conseqüência lógica de seu pensamento , mas não se pode precisar quem é a primeira pessoa do plural quando se afirma: “ao aceitarmos o direito supremo de Deus, (...) estamos confirmando a liberdade de Deus de agir conosco (...) tal como agiu em Getsêmani e em Gólgota com Jesus Cristo para, mercê deste, não mais agir assim conosco” (p. 249). Quem aceita o direito supremo de Deus? Todos os homens? Ou somente a Igreja? E a Igreja é feita de toda a humanidade? Porém a compreensão da predestinação “no sentido de uma superação final universal do juízo pela graça” (p. 250), leva-nos a crer que Karl Barth tem – no mínimo – um pano de fundo universalista em sua argumentação. Afinal de contas, para ele, “não estamos autorizados nem mesmo a fazer a constatação genérica de que há eleitos e repudiados como duas classes distintas de pessoas” (p. 251).

A grande contribuição de Barth neste artigo, a despeito de suas controvertidas conclusões, é o entendimento da doutrina da predestinação como um apoio ao princípio reformada da sola gratia. Quanto ao princípio de aplicação da dupla eleição em Cristo, não seria o caso de se perguntar se o teólogo da Basiléia não estaria sendo antropocêntrico na tentativa de desvencilhar a dureza da doutrina?
Por fim, os dois últimos artigos , Justificação e Direito e Comunidade Cristã e Comunidade Civil, tratam das relações entre Igreja e Estado.

No primeiro artigo, aborda-se a função do Estado dentro da linha seguida desde o início da obra: o enquadrar-se na vontade de Deus. Deve-se obedecer à autoridade do Estado, como ensinam os preceitos bíblicos, porque estes nada mais fazem que realizar o desejo divino – inclusive nos atos que nos parecem injustos. O exemplo clássico disto é a relação entre Jesus e Pilatos (p. 262): a injustiça do Estado foi a possibilidade da justiça de Deus. Porém o fato de que ser cristão é ser cidadão do Reino de Deus e, conseqüentemente, forasteiro neste mundo leva-nos a possibilidade e necessidade de opor-se a sistemas que não refletem os princípios divinos, como, por exemplo, os governos totalitários (p. 283).

O último artigo faz importante distinção entre Igreja e Estado, apesar de situar ambos sob o senhorio de Cristo – Barth, por isso, frusta de certa forma a teologia luterana dos dois reinos. A Igreja é chamada a participar ativamente na comunidade civil, pois ela é a voz que proclama os valores do Reino de Deus, porém “isto não significa que ela espera do Estado que ele aos poucos vá se transformando no reino de Deus” (p. 301).

Os princípios caros à comunidade cristã, como a liberdade (p. 305), conforme revelados pela palavra de Deus na Escritura Sagrada (p. 307), são a garantia de que ela será presença atuante na comunidade civil, porém sempre com voz crítica – como já afirmava Barth em seu primeiro artigo. Ela diz sim à realidade em que está inserida, mas também diz não por sua natureza intrinsecamente profética, e este não precisa ressoar com a mesma força que o sim (p. 313 ).


 

 

 

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